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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

20 anos depois, o país tem noção do racismo

Há 20 anos a SOS Racismo realizava a sua primeira reunião para começar a concretizar o objectivo de lutar por igualdade de direitos na sociedade. "Hoje já existe consciência de que existe racismo em Portugal. Na altura dizia-se muito que era algo que se inventava", recordou ao DN José Falcão, dirigente da SOS Racismo.Em duas décadas muito mudou, mas José Falcão prefere realçar que há muito para mudar. "A forma como se trata os imigrantes melhorou, mas ainda há recaídas, como na altura do arrastão. Depois há o discurso político, que tem de ser emendado", salientou.A organização não tem contabilizadas quantas queixas já recebeu. Porém, são muitos os que já recorrerem à SOS Racismo. A guineense Djariatu foi uma delas. Há três anos o seu filho brincava no baloiço nas traseiras de um restaurante de Braga. Uma outra criança também queria o baloiço e fez queixa ao pai. Este arrancou o filho de Djariatu do baloiço, ferindo-o num lábio.Gerou-se a confusão, com esta mãe a ouvir insultos racistas. Com a chegada da polícia os ânimos acalmaram, mas Djariatu não conseguia que o agressor do filho fosse identificado. Chamou a mãe que também foi insultada. "A SOS Racismo ajudou-me a expor o caso na televisão e arranjou-me um advogado", contou ao DN. Porém, o resultado nos tribunais desiludiu-a: "A minha mãe foi condenada a pagar 700 euros de multa ao senhor que agrediu o meu filho, porque foi acusada de o ter agredido. No meu caso, o julgamento só se realizou este ano e o senhor foi absolvido."




Angolano recordado como 1.ª vítima de racismo na ex-RDA (República Democrática Alemã)

Morto por 'skinheads' em 1990, já depois da reunificação, Amadeu foi homenageado na vila de Eberswalde. A vila de Eberswalde, no estado federado de Bramdeburgo, prestou homenagem a Amadeu António Kiowa, morto há 20 anos por skinheads alemães. O angolano foi a primeira vítima de racismo na antiga ex-RDA, após a reunificação alemã. Amadeu, de apenas 28 anos, foi atacado na noite de 24 de Novembro de 1990 por 50 skinheads que o agrediram com tacos de basebol, agressões de tal forma graves que o deixaram em coma profundo. O angolano, que chegara em 1987, para trabalhar como contratado, faleceu após 11 dias depois. O seu filho, Amadeu António Jr., nasceu algumas semanas mais tarde e nunca conheceu o pai. A Alemanha ficou em estado de choque com a violência do crime e os cinco agressores foram condenados à prisão em 1992. O incidente violento deu origem à Fundação Amadeu António, em 1998.